domingo, 11 de outubro de 2015

Chafariz do Intendente / Chafariz do Desterro - século 19

Chafariz do Intendente / Chafariz do Desterro; construído em calcário branco de lioz; almofada superior com inscrição: AGOAS LIVRES/ANNO DE/1824; Rua da Palma. Calçada à portuguesa com representação do símbolo de Lisboa (caravela com 2 corvos) Foto "comjeitoearte", 2015.

As obras de construção do chafariz no Largo do Intendente junto à Fábrica de Azulejos Viúva Lamego (fundada em 1849) iniciaram-se no dia 1 de Março de 1823. Esta localização manteve-se até 1917, ano em foi transferido para a esquina da Rua do Desterro com frente para a Rua da Palma, a fim de facilitar o tráfego automóvel, em particular a passagem de eléctricos. 

Atlas da carta topográfica de Lisboa: n.º 28; data: 1858; dimensão: 920 x 625 mm; escala: 1:1000; autor: Filipe Folque (1800-1874), engenheiro - ARQML, Arquivo Municipal de Lisboa (na imagem, marquei com uma linha curva o local do chafariz e Largo do Intendente. Imagem modificada digitalmente).

Chafariz do Largo do Intendente; gravura - ARQML

Os primeiros esforços para a edificação do chafariz partiram do Intendente Geral da Polícia, Diogo Inácio de Pina Manique, ao dirigir uma carta ao Mordomo-mor da Corte e Reino, solicitando a construção de um chafariz para abastecimento de água aos moradores da freguesia dos Anjos, em 1799. Após a apresentação de diversas plantas e alçados referentes à construção, foi aprovado o projecto conjunto dos arquitectos Henrique Guilherme de Oliveira e Honorato José Correia de Macedo e Sá, realizado em 1819. As obras depois de concluídas orçaram em 8 862$668 réis.


Chafariz do Intendente; na foto ao lado direito, a Fábrica de Azulejos Viúva Lamego; data: 1915; negativo de gelatina e prata em vidro; dimensão: 9x12 cm; autor: José Artur Leitão Bácia - ARQML


Edifício da Fábrica de Azulejos Viúva Lamego; Largo do Intendente. Foto "comjeitoearte", 2015.

Também conhecido como Chafariz do Desterro, foi classificado como Imóvel de Interesse Público - Decreto n.º 8/83, DR, I Série, n.º 19, de 24-01-1983. Construído em calcário branco de lioz, apresenta um volume paralelepipédico, servido por duas bicas que vertem água para 2 tanques semicirculares, que ladeiam um tanque central rectangular. A almofada central superior apresenta a inscrição: AGOAS LIVRES/ANNO DE/1824. Com influências neoclássicas é rematado por pináculos pirâmidais e encimado por um frontão curvo, apoiando esfera armilar com brasão nacional e coroa encimada por cruz.  



Chafariz do Intendente; Rua da Palma; data: 1950; autor: Eduardo Portugal (nesta data, a esfera armilar não está encimada por coroa) - ARQML


A Coroa, foi retirada após a implantação da República em 1910. Só nos anos 90 é que volta ao seu lugar, reposta pela Câmara Municipal de Lisboa.

Este chafariz tinha duas Companhias de Aguadeiros, dois capatazes e sessenta e seis aguadeiros. A água era-lhe fornecida pelo Aqueduto das Águas Livres através da Galeria do Campo de Santana. 


Chafariz do Intendente; original de bilhete postal ilustrado; desenho à pena (tinta da china) sobre papel, (32 x 23cm); autor: Américo Taborda. Património Museológico das Comunicações (MatrizWeb)

O Aguadeiro; figura de aguadeiro com chapéu e barril ao ombro; bilhete postal ilustrado (14 x 9cm); autor: F. A. Martins (1900) - BNP, Biblioteca Nacional de Portugal

Fontes:

http://revelarlx.cm-lisboa.pt/gca/?id=1357

http://www.cm-lisboa.pt/equipamentos/equipamento/info/chafariz-do-intendente-ou-do-desterro

http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/71829/

http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=4055




Sem comentários:

Enviar um comentário