sábado, 28 de abril de 2012

Biografia do pintor e desenhista José Malhoa

Fotografia de José Malhoa


 Dia 28 de Abril (aqui)


José Vital Branco Malhoa (Caldas da Rainha, 28 de Abril de 1855 – Figueiró dos Vinhos, 26 de Outubro de 1933) foi um pintor, desenhista e professor português.

Auto-retrato, carvão sobre papel, 1928 - Museu José Malhoa
José Malhoa entrou na  Real Academia de Belas-Artes, aos 12 anos. O seu primeiro emprego foi na loja de moda do irmão, Joaquim Malhoa, em Lisboa. Após o sucesso da apresentação do quadro “Seara Invadida”, em Madrid (1881), retornou definitivamente à pintura e integrou o "Grupo do Leão".  Malhoa dedicava-se à realização de retratos e a temas que  obtinha em Figueiró dos Vinhos, nos dias de Primavera e Verão. Figueiró era o cenário das suas pinturas de ar livre e a fonte dos seus modelos, facultando-lhe uma pintura de paisagem e de costumes que o distinguiu como “pintor da luz e do sol português”.

Album de desenhos, lápis sobre papel, 1870 - Museu José Malhoa
Retrato de Laura Sauvinet, óleo sobre tela, 1888 - Museu José Malhoa
Retrato do rei D. Carlos I, óleo, 1891 - Localização desconhecida
Dividiu a sua actividade entre o atelier da capital e o “Casulo” (residência e atelier do artista) em Figueiró dos Vinhos, realizando uma obra que transitou entre os aspectos da ruralidade do país - a paisagem, os costumes, as vivências do quotidiano - e o retrato, quer dessas figuras populares, quer de burguesia citadina. Executou algumas encomendas de Pintura de História e de Pintura Decorativa. Destacam-se alguns óleos do artista, Retrato da Menina Laura Sauvinet (1888), Gritando ao Rebanho (1891), Os Bêbados (1907), O Fado (1910), Conversa com O Vizinho (1932). Malhoa dominou com igual segurança a técnica de pastel o Retrato de D. Maria da Nazareth Fernandes (1926) é um exemplo.

Gritando ao Rebanho, óleo sobre tela, 1891 - Museu José Malhoa
Atelier do artista ou Antes da Sessão, óleo sobre tela, 1893-94 - Museu de Arte de São Paulo
As Padeiras, Mercado em Figueiró, óleo sobre tela, 1898 - Colecção particular

Participou nos salões da Promotora (medalha de bronze, 1880; 2ª medalha, 1884) e do Grémio Artístico (1891-99), do qual foi sócio fundador. Na Sociedade Nacional de Belas-Artes, da qual foi fundador e presidente (1901, 1918), expôs com regularidade entre 1901-33 (1ª medalha, 1902, 1913; medalha de honra, 1903, 1909, 1926). Recebeu a medalha de prata na Exposição de Belas-Artes da Associação Industrial Portuguesa e o 1º prémio no Concurso para Quadro Histórico da Câmara Municipal de Lisboa, com “Partida de Vasco da Gama para a Índia” (1888). Foi medalha de honra no Salão de Belas-Artes da V Exposição das Caldas da Rainha (1927). 


Estudo para a pintura, O Fado, carvão sobre papel - Museu José Malhoa
O Fado, óleo sobre tela, 1910 - Museu da Cidade

Estudo para a pintura, O Fado, carvão sobre papel - Museu do Chiado
Estudo para a pintura, Os Bêbados, carvão sobre papel - Museu José Malhoa
Os Bêbados ou Festejando o São Martinho, óleo sobre tela, 1907 - Museu José Malhoa

Das exposições internacionais destacam–se as participações em França (Sociedade dos Artistas Franceses, 1897-1912; medalha de prata, Exposição Universal de Paris, 1900; Cavaleiro da Legião de Honra Francesa no Salon, 1905); Brasil (Rio de Janeiro, medalha de prata, 1879; 1906, exposição individual; 1ª medalha, 1907), Espanha (Comendador da Real Ordem de Isabel a Católica, na Exposição de Madrid, 1900; 3ª medalha, Exposição Internacional de Arte de Barcelona, 1907); Alemanha (medalha de prata, Berlim, 1910), Argentina (medalha de ouro, Exposição Internacional de Arte do Centenário da República da Argentina, 1910), Chile (1911, exposição individual) e EUA (Grand-Prix na Exposição Panamá-Pacífico, S. Francisco, 1915). Em 1928 foi o ano de Homenagem Nacional.

Estudo para a pintura, Clara, carvão sobre papel - Museu José Malhoa


Clara, óleo sobre tela, 1918 - Museu do Chiado


Praia das Maçãs, óleo sobre madeira, 1918 - Museu do Chiado


 Retrato de D. Maria da Nazareth Fernandes, pastel sobre papel, 1926 - Museu José Malhoa

O Museu José Malhoa, foi criado a 17 de Junho de 1933, nas Caldas da Rainha e inaugurado no dia 8 de Abril de 1934. Malhoa morreu no dia 26 de Outubro de 1933, na sua casa "Casulo" em Figueiró dos Vinhos, não assistindo à inauguração do Museu. 

A Casa de Malhoa ou Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, localizada em Lisboa, foi projectada pelo arquitecto Norte Júnior nos anos 1904 – 1905 e construída com o objectivo de servir de habitação e atelier de trabalho, ao pintor José Malhoa. Actualmente exibe obras de variadíssimos géneros e artistas.
 
Camponês de Figueiró, carvão sobre papel, 1929 - Museu José Malhoa

 Conversa com o Vizinho, óleo sobre tela, 1932 - Museu José Malhoa

A Casa de Malhoa em Lisboa, está classificada como Imóvel de Interesse Público

O "Casulo" em Figueiró dos Vinhos, coberto de neve

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