sábado, 31 de março de 2012

Palácio Nacional da Ajuda - visita virtual





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O Real Paço de Nossa Senhora da Ajuda foi mandado erguer por D. José I (1714-1777) no alto da colina da Ajuda. Este edifício, construído em madeira para melhor resistir a abalos sísmicos, ficou conhecido por Paço de Madeira ou "Real Barraca". Substituía o faustoso Paço da Ribeira que fora destruído no Terramoto que arrasou Lisboa em Novembro de 1755.
O novo Paço, habitável desde 1761, veio a ser a residência da Corte durante cerca de três décadas. Em 1794, no reinado de D. Maria I (1734-1816), um incêndio destruiu por completo esta habitação real e grande parte do seu valioso recheio. Era necessário construir um palácio digno de acolher a Família Real.

Planta da "Real Barraca" (pavimento térreo) construída em madeira, no sítio da Ajuda, logo a seguir ao Terramoto de 1755 para alojar a Família Real. Desenho a tinta da China com aguada. Finais do Séc XVIII. Biblioteca Nacional da Ajuda - s. a. (1982) Lisboa e o Marquês de Pombal, Museu da Cidade. Lisboa: CML.
Panorâmica do Bairro da Ajuda, em primeiro plano vê-se o jardim de Lázaro Leitão, e ao fundo a "Real Barraca da Ajuda", residência do rei D. José I após o terramoto de 1 de Novembro de 1755. Inscrição no original: 1 - Palácio do Rei; 2 - Entrada principal; 3,4 - Capela e torre sineira do palácio; 5 - Comunicação com o antigo palácio; 6 - Antigo palácio chamado "da Ajuda"; 7 - Estrada para Belém; 8 - Ermida do Cruzeiro; 9 - Caminho que conduz da cidade ao Palácio, chamada "da Tapada"; 10 - Quinta Jardim do Principal Lázaro Leitão. Gravura a ponta seca, B.R. Bourdet. AML.



O principe regente D. João (1767-1826), aprova a construção de raiz de um novo palácio. O arquitecto Manuel Caetano de Sousa (1742-1802) apresenta um projecto Barroco, sendo o lançamento da primeira pedra celebrado a 9 de Novembro de 1795. Com a chegada de dois arquitectos da escola de Bolonha, seguidores da corrente de inspiração neoclássica, D. João abandona o projecto anterior. Os arquitectos são, Francisco Xavier Fabri (1761-1817) e José da Costa e Silva (1747- 1819) que são encarregues em 1802, de modificar o anterior projecto.
Ao longo da primeira metade do século XIX, por factores políticos e económicos – invasões francesas e consequente partida da corte para o Brasil em 1807 - as obras são interrompidas inúmeras vezes. Estes factores entravavam o desenvolvimento da obra. Nela trabalhavam os melhores artistas do reino: Domingos Sequeira, Arcângelo Foschini, Cirilo Wolkmar Machado, Joaquim Machado de Castro e João José de Aguiar, dedicados particularmente às decorações pictóricas e escultóricas. Quando em 1821, D. João VI  regressa do Brasil, o palácio não está terminado. Em 1826, após a morte de D. João VI, as alas nascente e sul do Paço da Ajuda eram já habitáveis, e a decoração dos seus interiores foi orientada pela Marquesa de Alorna convidada para esse efeito. 
Em 1828, D.Miguel I é aclamado Rei pelos Três Estados reunidos na sala das Cortes, hoje Sala da Ceia, do Paço da Ajuda. Os confrontos entre liberais e absolutistas mergulharam o país numa frágil estabilidade e, em 1833, a construção paralisou por completo. 
Durante o reinado de D. Maria II (1819-1853) e do curto reinado de D. Pedro V (1837-1861) seu filho, que assentaram residência no recém-adaptado Palácio das Necessidades, o Paço da Ajuda foi relegado para segundo plano. 

Retrato de D. João VI, óleo sobre tela, século XIX, Domingos António de Sequeira

 
Planta geral do primitivo projecto do Real Palácio da Ajuda, a parte sombreada é a parte edificada, arquitecto José da Costa e Silva
Palácio Nacional da Ajuda, fachada (194?). Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose. Fotografia de Horácio Novais. Edificado para substituir a "Real Barraca", o seu projecto inicial deve-se a M. Caetano de Sousa. Iniciou-se em 1795. Seguem-se-lhe os arquitectos F. Fabri e J. da Costa e Silva. AML

Quarto de D. Luis I
 O Palácio da Ajuda, ganha dimensão de Paço Real a partir de 1862, ano do casamento de D. Luis I (1838-1889) com a princesa de Sabóia, D. Maria Pia (1847-1911). Para acolher a Família Real, foram realizadas as obras indispensáveis na estrutura do edifício, reformulação de paredes e tectos, revestimentos de soalhos. O recheio - mobiliário, têxteis e objectos decorativos em geral - tinha várias origens. Parte encomendado a casas especializadas, portuguesas ou estrangeiras, fornecedoras da Casa Real. Outra parte proveniente das reservas dos Paços Reais e do Tesouro. Os presentes de casamento e bens trazidos de Itália pela rainha ajudaram à decoração dos apartamentos remodelados. 

Ratificação do Casamento do Rei D. Luis e D. Maria Pia, óleo sobre tela, António Manuel da Fonseca (na nave central da igreja, assiste-se à saída do Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Bento Rodrigues. No plano seguinte estão representados, ao centro, o Rei D. Luís, fardado de gala, e D. Maria Pia, com um vestido de noiva branco).
Retrato da Família Real Portuguesa (rei D. Luis I, rainha Maria Pia, principe D. Carlos, infante D. Afonso) pintura, 1876, Joseph Fortuné-Séraphin Layraud - Palácio Nacional da Ajuda
O Palácio foi residência oficial da família real portuguesa, desde o reinado de D. Luís I (1861-1889) até 1910, ano em que foi encerrado após a proclamação da República e consequente exílio da Família Real. O Palácio Nacional da Ajuda foi declarado Monumento Nacional pelo Decreto de 16 de Junho de 1910. Aberto ao público como museu em 1968, é especialmente expressivo como residência real da época, revelando ambientes oitocentistas e importantes colecções de artes decorativas dos séculos XVIII e XIX: dos têxteis ao mobiliário passando pela ourivesaria, e cerâmica, bem como de pintura, escultura e fotografia. A Presidência da República realiza aqui algumas das mais importantes cerimónias de Estado.

Sala Azul, aguarela sobre papel, 1889-189. Enrique Casanova
Sala do Despacho, aguarela sobre papel, 1889-1895. Enrique Casanova
Programa de Música, 1903 (programa de música tocada durante a ceia oferecida a Eduardo XVII de Inglaterra, no Palácio da Ajuda, quando da sua visita a Portugal em 6 de Abril de 1903).
Menu, 14 de Maio de1887
Alfinete de Gravata (pertenceu a D. Luis), ouro, prata, diamantes, rubis, esmalte, 1861-1889, executado em Portugal.

  
Brincos à Rainha, ouro, século XIX, José João Cardoso
Candeeiro Arte Nova, bronze (adquirido pela rainha Maria Pia, em 1900, em França), autor Larche, François-Raoul, fabricante Siot-Decauville, França

Principe D. Carlos, escultura, mármore, 1865. Encomenda do rei D. Luis, ao escultor Sighinolfi, Cesar
 Prato de sobremesa «Pie Grièche», porcelana policromada, vidrado, douragem; 1824-1840 (serviço de sobremesa, que pertenceu a D. Maria II e foi usado no banquete de casamento do seu filho D. Luis com D. Maria Pia de Sabóia) manufactura de Edouard Honoré em Champroux en Allier, França.
Estojo de pintura de D. Luis I, madeira, couro, metal dourado, vidro, porcelana, pigmentos, carvão. «G. Rowney & Co» Londres, Grã – Bretanha, séc. XIX (2ª metade)


Caricatura de Teixeira de Carvalho, aguarela, fotografia, lápis, sobre papel, século XIX, D. Luis de Bragança.


Cómoda, madeiras de casquinha, vinhático, pau-santo, plátano, madeiras tingidas, latão, mármore, metal, 1775-1800 - D. Maria I. Executada em Portugal


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